A diabetes insipidus é caracterizada por uma disfunção no controle de água no corpo, o que compromete a capacidade dos rins de armazenar corretamente o líquido filtrado. Por conseguinte, o indivíduo acometido pela condição começa a produzir um maior volume de urina, sintoma chamado de poliúria. Não é incomum que a quantidade de urina supere com facilidade 3 litros em um só dia. Em quadros mais severos, esse número pode ultrapassar os 10 litros diários.

A nomenclatura “insipidus” tem raiz no fato de a urina ser bem diluída e, portanto, não ter “gosto”. Por isso, ela contrasta com a mais conhecida diabetes mellitus, que leva à perda de água e açúcar na urina quando a situação não está controlada. Na sequência, você vai conhecer os aspectos mais importantes dessa patologia. Confira!

Diabetes Insipidus: causas, sintomas e tratamentos

As causas mais recorrentes para esse tipo de diabetes são os tumores que atingem a área hipotalâmica hipofisária, entre os quais estão:

  • craniofaringioma;
  • germinomas;
  • metástases de outros tumores localizados fora do sistema nervoso (mama e pulmão).

Outros motivos menos frequentes da enfermidade são infecções (meningite, encefalite e toxoplasmose, por exemplo), doenças autoimunes, alterações vasculares e genéticas.

Apesar de não existir forma de prevenir essa categoria de diabetes, todavia, é importante ficar atento em pacientes com predisposição genética a alguma das condições mencionadas.

Quando for viável, o primeiro passo é tratar a patologia que esteja associada à diabetes insipidus. Ao resolver esse quadro, a tendência é que os demais sintomas desapareçam. Na eventualidade de não existir cura para a doença, ainda há possibilidade de controlar a diabetes com a administração de um remédio chamado desmopressina, conhecido igualmente por DDAVP. Por essa molécula ser parecida com o ADH humano, ela contribui muito para diminuir o volume de urina.

Complicações

A complicação mais severa gerada pela diabetes não controlada é a desidratação. Em decorrência disso, um dos sintomas da enfermidade é a sede constante, priorizando bebidas geladas. A urina é bem clara e diluída. É comum as pessoas afetadas pela condição acordarem durante a noite várias vezes para urinar e, em quadros extremos, o paciente pode até perder a consciência por falta de água. A presença prolongada desses indícios justifica uma consulta com o médico para diagnóstico mais completo.

Em geral, o endocrinologista faz uma avaliação do histórico clínico e, por meio de hemogramas e exame de urina, mede os índices de sódio e glicose para confirmar o problema. Às vezes, pede-se ainda uma ressonância magnética da hipófise ou exames de imagem das vias urinárias, se houver suspeita de causas específicas como tumores e sarcoidose.

Quando pensamos em diabetes, a maioria pensa em diabetes tipo I ou II. Com o presente artigo, esperamos ter esclarecido as questões mais relevantes acerca da menos conhecida diabetes insipidus.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como endocrinologista em Salvador.