A tireoide é uma glândula localizada no pescoço e é a responsável em produzir hormônios para regular o metabolismo do corpo e ajudar na absorção e armazenagem de energia. Porém, problemas podem afetar essa glândula caso a produção dos hormônios seja mais alta que o normal, que é a patologia conhecida como hipertireoidismo. É uma doença que afeta cerca de 38% da população brasileira, de acordo com o Ministério da Saúde, e é mais comum em mulheres com idade entre 20 e 40 anos.

Como é o hipertireoidismo no corpo?

A tireoide produz dois hormônios: T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Como parte fundamental, elas são levadas a todo o corpo pelo sangue, a fim do metabolismo do corpo se desenvolver. Entretanto, é a hipófise, localizada no cérebro, que regula o hormônio que estimula a tireoide a produzir T3 e T4.

Se a tireoide fica hiperativa e sem controle, a produção de T3 e T4 passa a ser exagerada e o corpo absorve esses hormônios além do que precisa. Com isso, essa alteração influencia na criação de problemas em outras partes do corpo. Quadros difíceis de infertilidade, especialmente em mulheres, perda de peso ou diarreias constantes são alguns dos casos mais comuns. Porém, outras situações mais graves como batimentos cardíacos acelerados e até a Doença de Graves podem ocorrer.

O diagnóstico é feito de qual maneira?

A principal característica no diagnóstico é perceber se o paciente apresenta níveis hormonais de TSH abaixo do normal.  Mas outros detalhes, como as concentrações de T3 total e T4 livre acima do normal, podem influenciar numa preocupação com o hipertireoidismo.

Por meio de um exame de sangue, o médico irá analisar se o indivíduo sofre com o problema. Se o paciente for detectado com a doença, o médico poderá utilizar o método de captação de iodo radioativo para conferir a quantidade de iodo que a tireoide consegue absorver. Ele também pode realizar ultrassons para analisar o estado da tireoide e se há nódulos na glândula.

Se eu tiver a doença, como será o tratamento?

Isso varia muito com a idade, a condição física e como o corpo se comporta. A princípio, quatro tratamentos principais são recomendados:

  • Iodo radioativo: é a aplicação do iodo com objetivo de reduzir a atividade acelerada da glândula, podendo curar definitivamente o problema. Contudo, ele pode levar à “desativação” definitiva da glândula e, com isso, tornar o indivíduo hipotireoideo com necessidade de repor o hormônio levotiroxina para o resto da vida;
  • Medicamentos: o metimazol é a medicação mais indicada para regular o excesso na produção dos hormônios. Mas não pode ser ingerido por grávidas ou lactantes, sendo usado o PTU (propiltiouracil). Eles controlam a atividade glandular e muitos pacientes normalizam o funcionamento da tireoide em até 2 anos.
  • Bloqueadores: se concentram em minimizar efeitos graves do hipertireoidismo, ajudando a controlar os batimentos cardíacos, também. O atenolol é o ativo bloqueador mais indicado;
  • Cirurgia: é a remoção completa da glândula. É efetiva, mas primeiro recomendamos o uso dos remédios ou do iodo radioativo para regular a situação. É usado em pacientes cujo tratamento medicamentoso ou ambulatorial é de difícil controle ou aqueles que por condições específicas não possuem boa adesão ao tratamento proposto. Muitas vezes optamos pela cirurgia porque o controle do hipotireoidismo é mais fácil que o hipertireoidismo, para o paciente.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como endocrinologista em Salvador.